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Brasil como hub de talentos tech: como empresas gringas estão recrutando aqui

8 de abril de 2025

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Se há uma nova corrida do ouro no cenário global da tecnologia, ela tem um destino bem claro: o Brasil.

Não é exagero. Enquanto países desenvolvidos sofrem com escassez de desenvolvedores e altos custos operacionais, empresas estrangeiras descobriram algo que os brasileiros já sabiam: aqui tem talento, tem qualidade — e ainda é mais barato que contratar localmente.

Com a popularização do trabalho remoto, a barreira do “precisa morar aqui” foi pulverizada. Resultado? Empresas dos Estados Unidos, Canadá, Europa e até Austrália estão recrutando desenvolvedores brasileiros em ritmo acelerado. E se você é founder ou líder de uma empresa tech nacional, precisa entender esse movimento antes que seu time suma por completo.


A closeup shot of a black pin on the Brazil country on the map

🎓 Formação sólida (mesmo com os perrengues)

Apesar dos problemas na educação pública, o Brasil tem grandes polos de formação em tecnologia (como UFRJ, USP, UFMG, UFPE, UFSC, UFPR e a galera que sai na pancada das ETECs, IFs e bootcamps). A comunidade é colaborativa e muita gente se forma autodidata, com profundidade.

💸 Custo-benefício imbatível

Enquanto um dev sênior nos EUA custa entre US$ 12.000 e US$ 18.000/mês, no Brasil o mesmo profissional pode ser contratado por US$ 3.000 a US$ 6.000 — e ficar feliz. Para o gringo? Barganha. Para o brasileiro? O triplo do que ganharia aqui. Todo mundo sai ganhando (ou quase).

🌎 Fuso favorável + cultura adaptável

Para empresas norte-americanas e europeias, o fuso com o Brasil é muito mais amigável do que lidar com Índia, Filipinas ou Ucrânia, por exemplo. Fora que o brasileiro se adapta bem a diferentes culturas, é criativo e resolve problemas mesmo quando o processo é bagunçado (coisa que, aliás, nos treinou bem).

💬 Inglês funcional e tech fluente

Ainda que nem todo brasileiro seja fluente no inglês social, a fluência técnica é real. O dev brasileiro lê documentação, responde issues no GitHub, sobe PRs em inglês e toca reunião no mínimo no “Portuglês funcional”. E muitos estão correndo atrás para aprimorar ainda mais.


🌐 Plataformas globais de contratação

Sites como Turing, Deel, RemoteOK, VanHack, Revelo, Torre e Workana viraram portas de entrada para brasileiros ganharem em dólar/euro e trabalharem de casa.

🧾 PJ direto, via intermediação ou com estrutura própria

Empresas estão:

  • Contratando devs brasileiros como PJ direto (modelo offshore)
  • Usando empresas intermediárias que cuidam de folha, impostos e compliance
  • Criando filiais no Brasil ou contratando via plataformas como Deel, Oyster e Remote

💥 Abordagem ativa

Recrutadores de fora estão varrendo o LinkedIn com mensagens sedutoras:
“Hi Thiago, we’re building a world-class remote team and your profile stood out. Interested in earning in USD while working from Brazil?”

E muita gente responde com aquele sorriso de quem sabe que agora a mesa virou.


IT developer hearing podcasts while fixing vulnerabilities in software enabling hackers to compromise operating system. Cybersecurity expert enjoying audiobooks, using PC to patch security exposures

🟢 Para os profissionais:

Se você trabalha com tecnologia e ainda não está sendo abordado por empresas internacionais, pode ser questão de tempo.
Melhore o inglês, mantenha seu GitHub ativo, poste no LinkedIn e você vai aparecer no radar.

Mas atenção:
🚨 Trabalhar fora exige entrega, ética e maturidade.
Se você já está em dois empregos e pensa em pegar mais um só porque é remoto, o jogo pode virar contra você.

🔴 Para os founders e líderes do Brasil:

Você está competindo com empresas globais que pagam em dólar, têm produtos atrativos e zero dor com burocracia local.

Se você não:

  • Oferece propósito real
  • Tem um plano de crescimento claro
  • Dá liberdade, flexibilidade e respeito ao colaborador

…então vai perder seus melhores talentos para um link no LinkedIn.


A resposta não é subir salário para tentar competir com a moeda gringa. É fazer com que sua empresa valha a pena ficar, mesmo quando aparecer uma proposta com o dobro em dólares.

Estratégias para isso:

  • Desenvolva uma cultura forte e transparente
  • Invista em capacitação real, não só acesso à Udemy
  • Dê liberdade para testar tecnologias novas
  • Valorize entregas com feedback constante
  • Trate bem quem resolve problema — dev não é linha de produção

Lembre-se: quem constrói empresa são pessoas. Se você cuidar das pessoas, elas constroem a empresa — e não vão embora na primeira abordagem gringa.


Se você olhar além do imediatismo, essa tendência abre portas para que empresas brasileiras vendam não só pessoas — mas produtos e soluções.

Imagine:

  • Agências de software brasileiras com squads globais
  • Startups vendendo SaaS de verdade, com billing em dólar
  • Empresas como a Corelab se posicionando como parceiras de expansão internacional, provendo devs, produtos e estruturas completas

Essa é a hora de não apenas exportar código, mas mostrar que o Brasil sabe criar, resolver e escalar com a mesma competência de qualquer outro hub global.


Estamos vivendo o maior reconhecimento internacional do talento tech brasileiro na história. A pergunta é: vamos aproveitar isso para crescer — ou só perder dev atrás de dev?

Empresas que souberem reter, valorizar, capacitar e internacionalizar não vão apenas sobreviver à onda gringa — vão surfar nela com estilo.

📌 Se você é dev: prepare-se, o mundo está olhando.
📌 Se você é líder: melhore o ambiente antes de melhorar o contrato.
📌 Se você é founder: pense global. Desde já.