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Cibersegurança nas PMEs: por que personalizar seus sistemas é urgente na era da IA

26 de junho de 2025

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Com o avanço da Inteligência Artificial (IA), as ameaças digitais se tornaram mais sofisticadas e muito mais perigosas. O que antes parecia distante agora é uma realidade presente no dia a dia de pequenas e médias empresas (PME). Deepfakes, vazamento de dados, engenharia social e malwares criados com IA exigem uma nova postura: segurança da informação precisa ser encarada como investimento estratégico, e não como custo.

O Relatório de Segurança de IA 2025, da Check Point Research, alerta para o crescimento de cinco categorias de ameaças cibernéticas, como vazamento de dados sensíveis em interações com IA, manipulação de modelos por meio de dados envenenados e a criação de versões maliciosas de ferramentas populares. Esses riscos, muitas vezes subestimados, afetam diretamente a operação e a reputação das empresas, especialmente as que ainda não se protegeram adequadamente.

Para Thiago Zampieri, CEO da Corelab, o erro mais comum é adotar soluções genéricas e desconectadas da realidade do negócio. “Sistemas prontos, com código legado e funcionalidades desnecessárias, aumentam a superfície de ataque. Isso é ainda mais grave quando não há integração entre os dados internos”, explica.

O especialista defende a personalização como caminho mais seguro. Desenvolver sistemas com base em princípios secure-by-design, em que a segurança é planejada desde o início do projeto, já considerando possíveis brechas e vetores de ataque. Esse tipo de desenvolvimento reduz riscos e melhora a governança de dados, algo cada vez mais exigido por legislações como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

A atuação de empresas como a Corelab vai além da entrega de softwares personalizados. Envolve atualização contínua, plano de resposta a incidentes, documentação técnica e treinamento para usuários e equipes de TI. “É essencial treinar o time para reconhecer ameaças como phishing e engenharia social, que usam a IA para enganar os colaboradores e comprometer a segurança de todo o sistema”, diz Zampieri.

Eduardo da Silva Nunes, gerente de TI de um grupo de usinas do Paraná, confirma esse cenário. Ele relata um aumento visível nas tentativas de ataque e defende que, mesmo com boas ferramentas, sem uma equipe preparada, as empresas ficam vulneráveis. “Treinamentos regulares e acompanhamento profissional fazem toda a diferença”, afirma.

Carlos Alberto Sales, consultor com mais de 25 anos de experiência em TI, alerta que a maioria das pequenas empresas não sabe sequer como estão seus backups. “Quando o ataque acontece, muitas descobrem que não têm nenhum plano de contingência”, observa. Para ele, é urgente criar uma cultura de cibersegurança dentro das organizações, e isso começa pela alta liderança.

Adotar soluções personalizadas, investir em suporte técnico profissional e cultivar a consciência sobre proteção de dados é o caminho para evitar prejuízos financeiros, reputacionais e legais.

Se a sua empresa ainda trata a segurança como custo, talvez seja hora de rever esse pensamento. Afinal, cibersegurança hoje é o que garante que seu negócio continue existindo amanhã.